Nos últimos anos, o campo da inclusão produtiva ganhou relevância no Brasil e tornou-se cada vez mais um assunto de discussão entre os formuladores de políticas públicas e a sociedade civil. Nesse contexto, a necessidade de avançar na agenda de monitoramento, avaliação e aprendizagem das intervenções sociais tornou-se estratégica. Em 2021, o Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL), centro de pesquisa global que realiza avaliações de impacto randomizadas para responder a perguntas críticas na luta contra a pobreza, lançou no Brasil a Iniciativa de Empregos e Oportunidades (JOI) que busca gerar evidências científicas sobre políticas públicas relacionadas com as principais questões do mercado de trabalho brasileiro. Reconhecendo o papel que o J-PAL tem desempenhado no campo da avaliação de forma mais ampla e específica em relação à agenda de inclusão produtiva por meio da JOI, a professora Marianne Bertrand, líder acadêmica da iniciativa, foi convidada para uma entrevista. Nascida na Bélgica, a professora Marianne Bertrand formou-se em Economia pela Université Libre de Bruxelles da Bélgica em 1991, seguido de um mestrado em Econometria pela mesma instituição no ano seguinte. Ela se mudou para os Estados Unidos em 1993 e obteve um Ph.D. em Economia pela Harvard University em 1998. Foi membro do corpo docente do Departamento de Economia da Princeton University por dois anos antes de ingressar na Chicago Booth em 2000, onde atua como professora distinta do Centro para Inovação Social do Chicago Booth’s Rustandy e diretora do Pritzker do Laboratório de Economia Inclusiva da Universidade de Chicago. Atualmente, ela é uma das lideranças globais do setor de mercado de trabalho do J-PAL.